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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Adelante!!! Mi hermano!!!


FUTURÍSTAS E MADUROS
Marcos 2:1-12
1 Poucos dias depois, tendo Jesus entrado novamente em Cafarnaum, o povo ouviu falar que ele estava em casa. 2 Então muita gente se reuniu ali, de forma que não havia lugar nem junto à porta; e ele lhes pregava a palavra.3 Vieram alguns homens, trazendo-lhe um paralítico, carregado por quatro deles. 4 Não podendo levá-lo até Jesus, por causa da multidão, removeram parte da cobertura do lugar onde Jesus estava e, pela abertura no teto, baixaram
a maca em que estava deitado o paralítico. 5 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os seus pecados estão perdoados”. 6 Estavam sentados ali alguns mestres da lei, raciocinando em seu íntimo: 7 “Por que esse homem fala assim? Está blasfemando! Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?” 8 Jesus percebeu logo em seu espírito que era isso que eles estavam pensando e lhes disse: “Por que vocês estão remoendo essas coisas em seu coração? 9 Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os seus pecados estão perdoados, ou: Levante-se, pegue a sua maca e ande? 10 Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” — disse ao paralítico —
11 “eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. 12 Ele se levantou, pegou a maca e saiu à vista de todos, que, atônitos, glorificaram a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada igual!”




Quando lemos esta passagem, somos sempre conduzidos por preletores que nos levam a uma interpretação comum, às vezes errônea, mas sempre motivadoras.
Alguns nos levam a caminhar pelo terreno da motivação que tinham os amigos ao carregarem o coxo até Jesus, eles enfrentaram muitos desafios e barreiras para enfim alcançar o objetivo de entregar o deficiente ao Mestre para que fosse curado. Acredito que essa é uma aplicação correta, e muito óbvia, do texto.
Também não é errada a aplicação comum dada ao trecho do debate Teológico ocorrido, pois alguns estavam questionando a postura de “Perdoador” assumida por Cristo. Muitos duvidam da capacidade de perdão do Mestre e são céticos às ações sobrenaturais do Espírito.
Mas quero fugir dos temas mais comuns desta passagem, embora os reconhecendo como autênticos, para observar nas entrelinhas do texto de Marcos uma Espiritualidade Cristã, ou melhor, os objetivos desta espiritualidade.
Quando lemos que Cristo se depara com aquele paralítico e o perdoa e cura, somos facilmente tentados a imaginar que o faz somente por misericórdia, às vezes por dó mesmo, afinal o sacrifício para chegar até ali foi muito grande, os amigos realizaram uma enorme proeza para trazer aquele homem até a presença de Cristo, então, por ato meritório Jesus resolve curá-lo.
Não acredito nesta teologia/filosofia de “causa/efeito”, e vejo este milagre como um ato de Graça e, a meu ver, há dois motivos para que Jesus realizasse este feito:
1.    A Graça nos alcança por causa do futuro e não do passado: Em um de seus sermões sobre graça, John Wesley a conceituou da seguinte forma: “Deus não nos perdoa por quem somos e sim por quem seremos”. Baseado neste conceito, tenho dificuldades em acreditar que Jesus teria perdoado e curado este paralítico porque os seus amigos se sacrificaram em trazê-lo à Sua presença, mas vejo que Jesus o perdoa e ao ser curado o homem sai andando e todos glorificaram a Deus por este milagre. Quando Jesus apaga o passado mal e gera um novo futuro para aquele homem, Ele olha para frente e não para trás, ciente de que o que viria na vida daquele homem seria incomparavelmente maior e mais lindo ao que se passou até aquele dia. Todos ao se lembrarem do que era este homem, glorificaram a Deus pelo milagre, ao invés de se compadecerem pela paralisia. Deus foi exaltado e não somente lembrado.

2.    O Milagre nos torna Autônomo: Ao dizer “levante-se, pegue a tua maca e ande”, Jesus está dando àquele homem o poder de caminhar com suas próprias pernas. O tempo de dependência de outrem havia encerrado e a partir daquele dia a vida deste “ex-paralítico” tinha uma nova dimensão. Ele não precisava mais ser ajudado para chegar a qualquer lugar, agora podia ir com suas próprias pernas. Não precisava mais depender de outros para realizar tarefas simples como vestir-se, ir ao banheiro, mas podia fazê-lo sem a necessidade de ter alguém por perto. Mas existe outro lado da moeda, a partir de agora o pão de cada dia não seria uma mera doação e sim fruto de um dia de trabalho. O que me faz ver que junto com o milagre vem à independência, mas também as responsabilidades.

Portanto, ao vivenciar a espiritualidade cristã, vejo uma graça que me alcança olhando pro meu futuro, me tornando um ser humano mais digno, fazendo com que minha vida seja motivo de louvor a Deus. Vejo que os milagres que vivencio me tornam mais maduro e capaz de vivenciar minha fé, independente de outrem, senão o próprio Cristo.